Na década de 90, com a fragmentação da mídia, popularização da internet e consolidação do varejo, gerentes de Marketing perceberam a necessidade de um maior apoio na gestão de Trade. Então, surgiu o Trade Marketing, como uma função especializada de apoio às áreas marketing e vendas, focado nas atividades do ponto de venda.
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Nesse artigo, você conhece um pouco mais sobre as responsabilidades dos Analistas de Trade Marketing, salário, perfil profissional mais procurado e mercado de trabalho na área. Confira:
O QUE FAZ?
O(a) Analista de Trade Marketing é responsável por planejar e implementar campanhas focadas em públicos-alvos específicos, escolhendo os meios adequados para a veiculação dessas ações. Ou seja, ele é um intermediário entre fabricantes, canais de distribuição e clientes. Seu principal objetivo é gerar valor, garantir a satisfação de clientes com produtos e melhorar a experiência de compras.
Entre suas atividades destacam-se elaborar propostas de ações, contato com representantes e promotores de vendas, relacionamento com clientes, negociação e acompanhamento de ações promocionais externas, análise de produto, análise de mercado, promoção da marca (B2B e/ou B2C, dependendo do cliente), realização de pesquisas e entrevistas, benchmarking, etc.
Também é este(a) profissional quem dá apoio às equipes de produtos e de vendas, acompanha o posicionamento de marcas e produtos, identifica oportunidades de exposição do produto e analisa cenários de custo/benefício de ações e resultados. Além disso, acompanha produção e distribuição de materiais e divulgação.
Por fim, o(a) Analista de Trade Marketing deve coletar informações com clientes, realizar relatórios, acompanhar dados, e propor mudanças para garantir resultados melhores e otimização de processos.
E QUAL A DIFERENÇA ENTRE SHOPPER MARKETING E TRADE MARKETING?
Hoje em dia, muitas empresas aplicam Trade Marketing em suas estratégias. Mas sua definição é longa, confusa e variável. Para alguns, é uma estratégia autônoma de marketing; para outras, nem marketing é, e sim uma função administrativa de suporte. Como resultado, muitas empresas consideram o Trade Marketing como a soma dos dois:
Trade Marketing é o marketing feito junto aos canais de distribuição, com o objetivo de estreitar a parceria e relacionamento junto a eles. É focado em desenvolver o relacionamento entre indústrias e canais de venda, após a identificação das necessidades entre marcas dos produtos, pontos de venda e consumidores. Ele analisa os hábitos e preferências dos consumidores, para orientar quais canais deverão ser utilizados, que produtos poderão ser desenvolvidos, e quais meios de distribuição serão adequados para atender as preferências do mercado-alvo.
– Administradores.com
Com essa definição, não é surpresa que o termo Shopper Marketing tenha crescido na última década, como uma “evolução” do Trade Marketing ou fusão do Trade com o Marketing tradicional. Mas será que os dois são a mesma coisa? Para a especialista Trade Marketing, diretora da consultoria Trade Design e professora da ESPM e da FIA, Tania Zahar Miné, eles são bem diferentes:
Trade Marketing tem o foco no desenvolvimento dos canais de marketing, mediando a complexa relação entre fornecedores, distribuidores e varejistas. Já Shopper Marketing prioriza o shopper na sua essência e as ferramentas utilizadas para que os consumidores cumpram sua missão de compra de forma satisfatória.
Ou seja, enquanto o Trade Marketing atinge públicos específicos em meios específicios, o Shopper Marketing busca atingir compradores no momento da decisão de compra de um produto em qualquer tipo de ponto de venda (digital ou físico).
QUANTO GANHA?
Segundo dados de vagas publicadas no trampos, a média salarial de um(a) Analista de Trade Marketing é de R$ 2.500 a R$ 3.500. Estagiários na área ganham entre R$ 788 e R$ 1.500. Já profissionais de nível sênior (executivos e gerentes), trabalhando em grandes empresas nacionais ou internacionais podem receber salários de até R$ 8.000.
PERFIL E CARACTERÍSTICAS PROFISSIONAIS
Para esse profissional, mais do que a graduação, é essencial ter experiência na área. Seja em gestão de sell-out, e-commerce, análise de identidade visual, produtos e promoções e até ações de incentivo.
Apesar disso, a graduação nas áres de Comunicação (Jornalismo, Relações Públicas, Marketing ou Publicidade e Propaganda) ou Administração são muito valorizadas. Cursos de especialização na área são diferenciais, claro!
Como habilidades comportamentais, destacam-se:
- Dinamismo, organização e proatividade;
- Perfil analítico;
- Excelente comunicação
- Habilidade de análise, controle e modificação de métodos e processos;
- Atenção a detalhes, para detectar falhas eineficiências;
- Perfil problem-solver, para impementar soluções com foco na otimização de rotinas.
Já entre os conhecimentos técnicos, são exigidas noções avançadas de Excel, links patrocinados, inglês avançado, PowerPoint intermediário. Diferencial muito mencionados são a habilitação para dirigir e veículo próprio.
MERCADO DE TRABALHO
Por conta da importância da retenção e fidelização de shoppers (ou cliente final) na estratégia, em detrimento do foco na escolha de canais e clientes específicos, o Trade Marketing têm perdido espaço para o Shopper Marketing no mercado de trabalho no mundo afora. Os avanços da internet e o universo digital como novo meio de compras também são responsáveis por essa queda.
Mas, Tânia Zahar acredita que, para obter os melhores resultados, é preciso haver integração entre as duas áreas:
Entendo que Trade e Shopper Marketing, não importa o nome que se dê a esses processos, devem ser processos alinhados, pois desenvolvem atividades 100% complementares, uma mais enfocada nos canais e a outra nos consumidores finais ou shoppers. Não existe Shopper Marketing sem Trade Marketing e vice-versa.
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