Quem nunca sonhou em escrever sua própria série, livro ou filme de sucesso? Seja qual for a área em que você atua, desde comunicação e criação até tecnologia, tenho certeza que a ideia já passou pela cabeça de muitos de nós.
“Eis uma verdade: O livro que realmente vai mudar a sua vida é o livro que você escrever.” – Seth Godin
O problema é que, apesar da facilidade que temos de publicar nossas ideias gratuitamente na internet e deixá-las ao dispor para centenas de pessoas, isso não garante que o projeto saia do papel. E, é claro, escrever bem, por si só, já é um desafio.
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Se o seu maior obstáculo para escrever é acreditar que seu projeto nunca vai se tornar realidade, você precisa conhecer a história da série brasileira 3%, produzida pela Netflix. Tudo começou com um projeto de jovens que se conheceram na universidade, em São Paulo, e não desistiram do sonho de escrever uma série.
O episódio piloto foi produzido em 2010 e publicado na internet. Depois de 7 anos e muito sangue, suor e lágrimas, conseguiram o investimento necessário para a produção (e o apoio da Netflix, claro), que tornaram a série um sucesso mundial. Em 2017, ela foi a série de língua não inglesa mais assistida nos EUA.
Obter esse tipo de sucesso não é fácil, mas é preciso começar de algum lugar. Para ajudá-lo, selecionamos três dicas para escrever histórias para filmes e seriados:
Escrever bem é questão de bagagem
Escrever é como qualquer outra habilidade adquirida. Quanto mais se sabe sobre o que se está fazendo, melhor você fará de primeira. Depois de conhecer os básicos, é preciso se aprimorar constantemente, colocando a teoria em prática, estudando métodos alternativos e descobrindo seu formato, estilo e hábitos próprios.
Então, a primeira dica é: leia. Lendo o que outros autores já fizeram, você terá repertório cultural para moldar suas ideias, inspirar-se e escrever melhor. Além disso, só sabendo o que já foi feito é que você poderá saber o que são ideias inéditas que poderão ter sucesso e atrair os leitores que você procura.
“Apenas escreva todos os dias da sua vida. Leia intensamente. Depois veja o que acontece. A maioria dos meus amigos que fizeram essa dieta tiveram carreiras muito agradáveis.”
– Ray Bradbury
A segunda dica é para sair da sua zona de conforto: quanto mais materiais e mais diversidade você tiver lido, maior será a absorção de estilos diversos, aumentando seu repertório gramatical e garantindo inspiração para escrever sobre qualquer assunto.
Escrever bem é questão de prática
Stephen King, Samuel Johnson, Mark Twain, Ray Bradbury e Francine Prose. O que eles têm em comum? Bom, além de serem famosos por suas obras, todos eles acreditam que só se aprende a escrever bem praticando muito.
Defina um objetivo de escrita diária. Tal como acontece com o exercício físico, seria melhor definir esse objetivo no início do dia. Sugiro mil palavras diárias.
– Stephen King
Comece escrevendo, não importa o quê. A água não flui enquanto a torneira não está ligada.
– Louis L’amour
Mas só a prática não é o segredo. Quando estamos mergulhados em nosso processo criativo, perdemos o distanciamento necessário para avaliar o que criamos. Como resultado, das duas uma: ou o “vício” no texto nos impede de ver possíveis falhas, das inúmeras vezes que lemos e relemos; ou essa proximidade nos faz acreditar que o que escrevemos não é bom o suficiente e descartamos sem que chegue aos olhos do público. Isso acontece porque os autores têm dificuldade para perceber sozinhos os problemas e qualidades de suas próprias histórias.
Por isso, é necessário ter a opinião de fora, para aprimorar seu texto e sua habilidade narrativa. Preferencialmente, de outras pessoas experientes na área. Os roteiristas profissionais têm seus colegas de equipe para comentar e sugerir o que pode melhorar nas histórias.
Você pode começar mostrando para amigos, familiares e colegas. Mas, para quem quer tornar a escrita sua carreira, cursos e oficinas ajudam nessa prática. Afinal, os professores de roteiro são roteiristas que dividem sua técnica e experiência com os alunos – e podem dar opiniões embasadas para melhorar a sua técnica.
Escrever bem é questão de técnica
Quantas vezes você já não viu uma história em um filme ou seriado, por mais incrível que fosse, e pensou: “Eu já vi isso em algum lugar”? Provavelmente porque você já viu. Isso são alguns “truques” narrativos que se repetem em várias produções do mesmo gênero.
Muitas histórias românticas, de suspense ou comédia têm suas próprias amarrações, surpresas e reviravoltas que são muito conhecidas pelo espectador habitual. Isso faz com que, muitas vezes, seja possível adivinhar como a história irá acabar. Mas isso não nos impede de assistir até o fim, porque o que nos prende às histórias não é o que vai acontecer, mas como.
Por exemplo, em Senhor dos Anéis, e até Harry Potter, é evidente que as histórias são sobre o bem vencendo o mal. Mas os outros elementos, como personagens, ambientes e universos próprios, tornam a história única e impressionante.
Jornada do herói, arquétipos de personagens e simbolismos são alguns exemplos de técnicas de construção narrativa muito conhecidas e utilizadas por roteiristas e autores.
O universo da narrativa é cheio de recursos e possibilidades. Há dezenas (talvez centenas!) de livros sobre a arte da narrativa. Para quem sonha em ser roteirista, é importante aprender o máximo possível sobre esse artesanato das ideias.
Que curso escolher?
Na área de roteiro, especificamente, existem cursos curtos, curtíssimos e de longa duração. Os criadores da série 3%, por exemplo, se conheceram na faculdade de Audiovisual. Na graduação, os alunos têm no mínimo 2 anos de aulas de roteiro.
Se você já tem certeza que deseja investir mesmo nessa carreira, uma pós-graduação na área é a melhor opção. Os cursos têm duração de cerca de 2 anos, e neles os alunos desenvolvem projetos próprios de filmes ou seriados.
Além disso, a pós-graduação oferece contato com profissionais reconhecidos na área e outros pós-graduandos, que formam a primeira rede de contatos para quem está começando. Os colegas de turma também podem se tornar parceiros importantes na carreira – como foi o caso dos amigos que criaram 3%.
Outra oportunidade adquirida nos cursos de pós-graduação são os contatos frequentes com roteiristas reconhecidos na área, com oficinas, palestras e por meio de professores.
Essa imersão é o primeiro passo de uma carreira que exige muita dedicação. Uma carreira pouco conhecida, que oferece a chance de criar emoções e mergulhar em experiências humanas fascinantes.
Se você optar seguir por um caminho mais intenso de formação, que une conhecimento formal e experiência presencial com professores com vasta experiência de mercado, o curso de pós-graduação em Roteiro de Ficção Audiovisual no Senac São Paulo é uma boa pedida. Saiba mais em www.sp.senac.br/posgraduacao
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