As mídias sociais trouxeram ao mercado de comunicação novas possibilidades de carreira. A função de Community Manager (Gerente de Comunidade) é uma das mais importantes na construção de estratégias de marcas no meio digital. Mais do que isso: é possível dizer que o Community Manager é peça-chave na comunicação que representa uma marca ou empresa.
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O título do cargo pode variar. Muitas empresas não definem como Gerente de Comunidade o profissional que faz esse mesmo papel. Algumas intitulam de Analista ou Gerente de Redes Sociais. Mas, quando a empresa tem envergadura, a separação de deveres ajuda na construção de projetos mais sólidos. Independente de nomenclatura, esse profissional é um dos mais importantes em qualquer campanha e na manutenção de projetos online.
A função do Community Manager (CM) consiste em criar conteúdo e fazer interações de acordo com a linguagem da marca. A cofundadora do projeto Indiretas do Bem, Jessica Grecco, já atuou na função nas agências F.biz, DM9DDB e New Vegas, e define que esse profissional tem como responsabilidade principal “criar um clima de comunidade entre os clientes e a empresa”.
A internet é um espaço muito rico para a marca conhecer de fato como o consumidor a enxerga, e cabe ao Community observar isso também.
Jessica Grecco
Muitas agências se estruturam assim: as análises são feitas por um profissional de BI (Business Inteligence), o conteúdo por um redator em dupla com um diretor de arte e a gestão da comunidade fica à cargo do Community Manager — e em algumas empresas ele também faz o conteúdo. Isso não é uma regra definitiva.
“Hoje o Community é a pessoa que mais entende do dia a dia de uma marca nas redes sociais e ajuda a manter as conversas ativas nessas redes. É quem interage com os usuários gerando relacionamento entre marca e fã”, explica Jessica, que é graduada em Publicidade.
O que faz?
É o CM quem gerencia, planeja, acompanha as execuções e os resultados do trabalho em mídias sociais. Para isso, precisa analisar a marca, as concorrentes, construir o brand persona, brand voice da marca e os pilares de conteúdo. No cotidiano, vai sugerir conteúdos (às vezes produzi-los) de acordo com o tom e voz determinados no planejamento.
Conforme Rafael Teixeira, Community Manager na startup Mandaê, também faz parte da rotina cuidar da curadoria de conteúdo. “Tento criar uma relação que seja completamente colaborativa com nossos clientes, pois acredito que nenhuma empresa cresce sem esse tipo de relacionamento”, conta.
Quanto ganha?
O cargo muitas vezes acumula funções e precisa estar presente em todas as frentes da equipe de mídias sociais. Conforme os dados de oportunidades em que a faixa salarial foi divulgada na trampos, os salários variam de R$ 2.500 a R$ 5.000. Na pesquisa Raio X do Social Media, a média salarial de profissionais que têm o cargo de Gerente é de R$ 3.978. Estágios na área geralmente ficam em R$ 1.000.
Perfil e características do profissional
As habilidades mais importantes para atuar nessa área envolvem uma boa comunicação interpessoal. Ter perfil analítico, crítico e curioso é essencial para corresponder bem às atividades já citadas. Precisa gostar de ler, ser observador, saber lidar com a pressão e ser adaptável às mudanças. O conhecimento na língua inglesa é importantíssimo para atualização de conhecimentos, pois muito do material teórico e do conhecimento da área são produzidos pelos norte-americanos.
O perfil multitasking é a marca do CM e, até por esse motivo, não existe ainda uma graduação definida para chancelar sua formação. Mas devido as tarefas diárias geralmente as empresas procuram por alguém formado em Comunicação Social. Conforme divulgamos na pesquisa, a alta escolaridade é uma característica de quem trabalha nessa área. Portanto, é importante buscar uma constante atualização, seja em cursos de curta duração, treinamentos de ferramentas, masterclasses e palestras.
Mercado de trabalho
É possível perceber que as marcas começam a enxergar a importância de humanizar o trabalho em redes sociais. Nessa missão, o CM é fundamental para preservar uma comunicação aproximada e genuína, além de saber ler os resultados de campanhas e iniciativas nesses meios.
“O mercado de social media é um dos mais quentes atualmente, mas acho que ainda falta aquela visão de colaboração. Algumas vezes falta também metodologia, e muitas pessoas acham que trabalhar nessa área envolve resultados imprevisíveis”, afirma Rafael.
Elaboramos três perguntas para os profissionais que atuam como CM:
1. Quais as características importantes para seguir nessa carreira?
Jessica Greeco | Indiretas do Bem: O Community precisa ter uma boa sensibilidade para notar as oportunidades. Baseado naquilo que a comunidade diz, ele deve entender o que é útil para a marca numa ação futura ou como posicionamento. O CM deve ser uma pessoa atenta, observadora, criativa e proativa. Assim, ele consegue analisar o dia a dia da marca, gerar insights sobre o que está sendo dito, ter ideias de como isso pode ser útil para a marca e então repassar para planejamento/criação/monitoramento desenvolver.
Rafael Teixeira | Mandaê: Acho que criatividade e rapidez são duas características importantes para fazer um bom trabalho em construir um ambiente de comunidade.
2. Em que assuntos, ferramentas ou técnicas é preciso se especializar?
Jessica Greeco | Indiretas do Bem: Ter uma forte vivência de internet e conhecer as diferentes “tribos” que existem dentro dela é um fator essencial para esse cargo. Entender os meios, quem são as pessoas que fazem sucesso na internet e porquê fazem, conhecer quem são as pessoas que movimentam outras comunidades e engajam públicos diferentes. Entre as ferramentas, é muito importante ter um domínio sobre o insights do Facebook para entender taxa de engajamento, alcance e o quanto os conteúdos produzidos de fato engajam aquele grupo de pessoas. Alguns CMs também tem acesso a ferramentas de monitoramento usadas em BI como o Scup, por exemplo. Ter um domínio sobre esse tipo de ferramenta é um diferencial.
Rafael Teixeira | Mandaê: Precisa entender bastante de mídias sociais, ferramentas de monitoramento, anúncios patrocinados, comunicação e produção de conteúdo, edição de vídeo e foto, crowdsourcing, etc.
3. O que você mais gosta nesse trabalho?
Jessica Greeco | Indiretas do Bem: É um trabalho com uma rotina bem específica, mas que abre espaço para realmente ouvir o que as pessoas tem a dizer, afinal, o CM é o elo mais direto entre marca e consumidor na internet. Eu gosto desse trabalho porque te oferece um espaço para ouvir as diferentes experiências que os consumidores têm com o produto de uma maneira leve e divertida.
Rafael Teixeira | Mandaê: Eu curto bastante a dinamicidade e a parte de produção de conteúdo e interações com os clientes. Como trabalhamos muitos temas de empreendedorismo e histórias de sucesso, que também fez parte da minha formação como jornalista, me empolgo ainda mais de saber que os clientes estão conseguindo crescer por causa do nosso serviço.
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Ministrantes
- Nicolas Henriques, Priscila Muniz, Carolina Madureira
- Daniele Mattos, Beatriz Pascon, Raisa Sutecas
- Ana Paula Marques, Adriana Boghosian, Eduardo Zanelato
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