O ditado “uma imagem vale mais do que mil palavras” não surgiu à toa. Nós, seres humanos, somos criaturas extremamente visuais, com uma capacidade inata de compreender informações tentando “visualizá-las”.
Há pouco mais de 200 anos, as representações da realidade (e também da ficção e da manifestação artística) eram responsabilidade principalmente da pintura, escultura e das artes cênicas. Mas a fotografia mudou tudo, trazendo para as mãos de um novo tipo de artistas a capacidade de “pintar com a luz”.
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Na época em que surgiu, ela era usada para capturar momentos e registrar para sempre memórias do que não se podia mais viver, inclusive de entes queridos falecidos. Não demorou muito para que passasse também a ser usada também na arte.
É claro que toda mudança significativa na história da humanidade não acontece sem críticas. O reconhecido poeta Charles Baudelaire (1821 -1867) foi um dos que se opunham à definição de fotografia como “arte”. Ele abominou a invenção de Daguerre, anunciada para o mundo em 1839, no auge da pintura do romantismo, pois acreditava que a arte deveria captar não só imagens, mas também o pensamento íntimo do artista. E, para ele, a fotografia impedia os artistas e o público de imaginar, sendo um mero “retrato de uma realidade”, sem cor, sem abstração e sem profundidade.
Hoje, pode-se afirmar que ele estava enganado. Grandes fotógrafos, como Sebastião Salgado e Annie Leibovitz, com suas fotografias chocantes e inspiradoras, são a prova de que a fotografia merece o título de Oitava Arte.
A fotografia na comunicação
A tecnologia se desenvolveu e tornou a fotografia mais acessível, passando de grandes câmeras que precisavam de um tempo de exposição extremamente longo, para câmeras portáteis e digitais.
Com essas mudanças, a comunicação tem se focado cada vez mais nos estímulos visuais. E, atualmente, numa era em que a internet conecta lugares e pessoas distantes ao redor do globo, em que a fotografia se torna um valioso recurso de transmissão de mensagens que ultrapassam as barreiras da linguagem, não teria outra opção senão essa.
Hoje em dia, as fotografias retratam, além de tudo isso, objetos de desejo (que vão desde animais fofinhos, corpos perfeitos, praias paradisíacas e pratos incríveis no Instagram), situações trágicas, comportamentos, tradições e costumes, tornando se um dos principais meios de representação e interpretação das possíveis realidades (reais e inventadas).
Mais do que isso: a fotografia é a prova de que as imagens formam um conjunto de valores não só visuais e semióticos, mas também culturais, estéticos, poéticos e éticos, que influenciam diretamente a nossa sociedade, na forma como somos, no que buscamos, nossos padrões e normas.
E por que estudar fotografia?
É claro que Baudelaire não estava de todo errado: nem toda fotografia é arte. Grande parte das imagens que circulam nas redes e fazem parte dos trilhões de unidades de informação produzidas diariamente na internet se tornam obsoletas e caem no limbo do esquecimento, até o momento em que o espaço que ocupam for apagado para dar lugar a novas coisas.
A facilidade que a tecnologia promoveu incentivou a produção das imagens fotográficas. Mas, ainda assim, qualquer pessoa com uma câmera ou aparelho celular não é um German Lorca ou um Cartier-Bresson. Afinal, o que torna um bom fotógrafo, bom?
Fotografar não é apertar botão ou clicar. É preciso que o olho por trás do equipamento tenha repertório, seja capaz de perceber o mundo a sua volta de maneira original e perspicaz. Se não, é só mais uma fotografia igual a todas as já disponíveis por aí. É preciso entender não apenas de técnica, mas dos impactos que a produção e a reprodução da imagem podem causar -e provocar essas reações de forma intencional.
Então, para se tornar um bom fotógrafo, é preciso entender fundamentos da fotografia como composição, luz, cores e semiótica, que influenciam na criação estética. Para ser capaz de traduzir um instante em uma mensagem, é preciso somar o conhecimento teórico com a experiência prática, de forma que se crie imagens que transponham barreiras culturais e linguísticas, comunicando e criando novos sentidos no mundo.
E por onde eu começo a estudar fotografia?
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