Você já recomendou alguém para uma vaga, descobriu que essa pessoa foi contratada e, logo em seguida, demitida? Já passei por isso e posso te dizer: é super embaraçoso.
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Mas se as pessoas (eu inclusa) podem ser enganadas por alguém que conhecem, como os gestores podem descobrir uma maçã podre quando só podem contar com o processo de contratação?
Ainda bem que existem sinais que podem indicar se a pessoa se encaixa no perfil. Se um candidato fizer umas dessas coisas, pense duas vezes antes de oferecer a vaga.
1. Eles (somente) falam sobre si mesmos
Sim, é uma entrevista, ou seja, o candidato deve responder perguntas. Entretanto, o alerta é se alguém somente fala sobre si mesmo – exclusivamente.
Afinal, devem haver ocasiões em que surjam nomes de outras pessoas. Quando pergunta sobre as aspirações do candidato, você espera que essa pessoa seja capaz de citar alguém que ela admire. Ou, se perguntar sobre as experiências anteriores e como isso o levou ao lugar onde ele está, o candidato irá, talvez, mencionar alguém – seja um colega, chefe ou cliente – na resposta.
Estes são alguns exemplos. Se o candidato fala durante toda a entrevista e não menciona ninguém, é um alerta. Traduzindo: este pode ser o colega que reclama do trabalho extra, pega o último café e não faz mais e decide imprimir 1.000 páginas de manhã mesmo sabendo que outro colega tem um prazo a cumprir.
Em vez disso, escolha a pessoa que fala carinhosamente sobre outras pessoas. Uma pessoa capaz de reconhecer – e celebrar – as realizações dos outros, é alguém que você definitivamente quer na sua equipe.
2. Eles levam o crédito por tudo que for bom
Este candidato somente fala sobre si mesmo de um jeito particular. Ao contrário do candidato acima, ele mencionará outros colegas em suas respostas, mas com uma exceção. Sempre que houver algo importante, ele se mostra o exército de um homem só.
Sim, a entrevista é o lugar para vender suas conquistas e apresentar seu potencial, mas fique atento à alguém que fala que todo seu sucesso foi conquistado sozinho. Esta pessoa pode se tornar o colega que rouba ideias ou que leva o crédito pelo trabalho da equipe.
Um bom sinal? O candidato que falar com entusiasmo sobre o trabalho em equipe e que parece entender, verdadeiramente, as razões do trabalho em equipe.
3. Eles não falam sobre seus defeitos
Aqueles artigos que aconselham a escolher qualquer coisa que não seja “Sou perfeccionista!” como a resposta para “Qual sua maior fraqueza?” existem porque, bem, há candidatos que têm medo de admitir que fizeram algo errado no trabalho.
Sabe aquele candidato que não consegue nomear um defeito sequer – a não ser “perfeito”. Claro, você pode argumentar que isso é um problema de interpretação. Mas é verdade. A mesma pessoa que tem dificuldades para escrever pode dizer que está desenvolvendo suas habilidades linguísticas ou que é perfeccionista. Um candidato escolhe discutir os passos que está tomando para se tornar um melhor comunicador, enquanto outro escolhe um resposta superficial.
Eu escolheria a pessoa que se sente confiante em discutir sobre as áreas em que pode melhorar. Ser capaz de reconhecer suas fraquezas e trabalhar para melhorá-las vale muito mais do que varrê-las para debaixo do tapete.
4. Eles são amadores durante o processo
Sim, é possível alguém que seja sempre pontual, fique preso no trânsito e chegue atrasado pela primeira vez em cinco anos, exatamente no dia da entrevista. E sim, também é possível que essa pessoa realmente estava anexando o portfólio quando a internet caiu, resultando em uma aplicação incompleta.
Mas se o mesmo candidato continuar sendo amador durante o processo de contratação – a pessoa fala palavrões ao responder uma questão simples ou começa a falar do ex e diz: “Credo, não sei por que eu disse isso!” – é difícil entender se foi apenas um caso de má sorte ou se é um caso pior.
Se você gostar do candidato, pode aprová-lo para as próximas etapas do processo. Entretanto, se a pessoa age com amadorismo quando está nervosa, saiba que há chances disso reaparecer em outras situações estressantes. Por exemplo, essa pessoa pode se atrasar ou falar algo inapropriado em uma reunião importante. Então, para aliviar seu medo, aborde essas questões para descobrir a verdade.
5. Eles parecem ser muito bons para ser verdade
Devo admitir: Esta é uma situação complicada. Como podemos saber se o candidato dos sonhos é tudo o que ele aparenta ser (ou não)?
Eu aconselho a ter cautela com um candidato que é, literalmente, perfeito para a vaga. Todos os candidatos querem te mostrar como suas qualificações se alinham com a descrição da oportunidade, mas para muitas funções seria surpreendente – e um pouco duvidoso – encontrar alguém com o número exato de anos de experiência que você está procurando, na área certa, com as graduações preferidas e cujo currículo, ou carta de apresentação, mostram que ele atingiu todos os requisitos. Em grande parte, os requisitos são atingidos por habilidades transferíveis.
Se você está se sentindo culpado ao descartar alguém que é 100% qualificado, lembre-se que uma função que o candidato possa desempenhar com os olhos fechados provavelmente não é o melhor para ele. Sem contar que não é bom para você também, porque este candidato provavelmente estará com uma olho na porta. Quando algo mais interessante e desafiador surgir, ele vai largar o emprego e te forçar a recomeçar o processo de contratação novamente.
Gestores normalmente dizem que querem alguém que possa “sair trabalhando”, então é surpreendente (até para eles) quando são dispensados por alguém que poderia fazer o chão pegar fogo. Mas, a menos que você tenha certeza que essa é a melhor contratação, saiba que é normal acreditar em seus instintos e procurar alguém que possa crescer na função – ao invés de alguém que possa se sentir podado por ela.
Ninguém quer contratar uma pessoa e, então, trabalhar com o irmão gêmeo muito menos desejável dela. Por isso, procure pelos sinais acima e evite uma situação de “O Médico e o Monstro”.
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Texto escrito por April Starcadder no [ The Muse ]. Traduzido e adaptado pela equipe do Tutano.
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