Para mim, escolher qual faculdade fazer foi simples: criar o que eu tinha na cabeça.
Por isso me graduei em Design, me ajudava a tangibilizar as minhas ideias. E talvez, também por este motivo, depois de trabalhar alguns anos para a publicidade, eu tenha saído dela: para criar o que eu tinha na cabeça.
Os projetos pessoais sempre me acompanharam durante os meus trabalhos formais. Às vezes como laboratório para testar ideias para campanhas, às vezes como válvula de escape, mas sempre como algo que eu tinha prazer em fazer.
A CONSTRUÇÃO
A Construção foi um projeto desenvolvido em conjunto com os designers Felipe Tofani e Rodrigo Louzada. Para resolver um problema nosso. Para coçar a nossa própria coceira. Na época, a temática dos eventos sobre design girava em torno de cases utópicos e a trajetória de sucesso de seus criadores. Incomodava-nos não haver uma conversa franca, onde profissionais expoentes do mercado falassem sobre a vida real: seus sucessos, mas também seus tropeços.
Por isso resolvemos criar a construção, uma série de conversas sobre as visões de mercado, as experiências de vida e de como esses profissionais chegaram onde estão. A Construção dava um puta trabalho. Era gratuita e tirávamos os custos de produção do próprio bolso. Mas era animal. Através desta coisa-que-fazia-no-meu-tempo-livre, conheci pessoas incríveis e que mais tarde vieram a ser conselheiros e até clientes do trampos.co
O GLOSSÁRIO E A QUOTARIA
Meus livros são rabiscados, meu evernote está cheio de notas com fragmentos de textos, meu feed rss é caótico e falta trânsito em São Paulo para conseguir ouvir todos os podcasts que assino. Desta curiosidade sobre todas as coisas, surgiu o Glossário e a Quotaria. Para não perder as palavras e frases que encontro por esses jardins de caminhos que se bifurcam. No exercício de catalogar minha coleção de palavras, aproveitei para testar formatos e comportamentos que poderiam potencializar a distribuição deste conteúdo. Hoje, organicamente, as duas páginas somam quase 350 mil pessoas.
O TRAMPOS.CO
Assim como o Glossário e a Quotaria, o trampos também surgiu nas redes sociais. Uma conta de twitter: um MVP (produto viável mínimo) que não custou nada. Fiz o @trampos para avisar aos meus amigos sobre as oportunidades que ficava sabendo. Em 2008, a maior parte dos usuários dessa rede eram profissionais de comunicação. E aí o trampos pegou: eu estava pescando onde os estavam os peixes. As oportunidades certas sendo tuitadas e retuitadas para os profissionais ideais. O trampos virou referência quando o assunto é emprego na área de comunicação. Um projeto pessoal que começou em 2008 para ajudar meus amigos, tornou-se uma empresa para ajudar todo mundo que precisa de um trampo.
Esses foram alguns dos projetos pessoais que criei nos últimos anos. Muita coisa se perdeu em HDs queimados, computadores roubados e falta de cuidado com backups. Mas todas essas experiências pós-expediente me trouxeram grandes aprendizados. Meus objetivos com elas nunca foram financeiros (e acredito que se fosse, teria desistido deles logo no início), porém, de certa forma, todos me ajudaram para chegar até aqui.
Uma vez me disseram para trabalhar com o que eu fazia no meu tempo livre. Para mim faz sentido. E não foi preciso ser expert em tecnologia, grandes quantidades de dinheiro ou todo tempo ocioso.
Coloco em prática tudo que penso. Vivo correndo, pero sin perder la ternura jamás. ;)
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A foto do início do post, foi tirada em 2011 no Pecha Kucha SP, onde falei sobre o trampos.
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