“Comunicação é usar palavras para construir pontes”. Essa definição da Cris Lisbôa é um bom começo para lembrar que a comunicação deve ser empática e humana, seja em relações pessoais, na exposição de opiniões e — principalmente — na atuação como comunicadores. Definitivamente, o mundo não está se comunicando assim.
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É um pouco estranho pensar que esse princípio não esteja presente em nosso cotidiano, já que ele parece óbvio. Você também deve estar incomodado com discussões vazias, com xingamentos gratuitos e com a indiferença das pessoas. A guerra de ideias e opiniões parece um caminho sem volta. A não ser que você conheça e pratique os ensinamentos da Comunicação Não-Violenta (CNV), um processo de pesquisa continua desenvolvido pelo norte-americano Marshall Rosenberg.
Em resumo, a CNV distingue observações de juízos de valor; sentimentos de opiniões; necessidades de estratégias; pedidos de exigências. Se guiar por esses princípios ajuda a evitar rotulações e desrespeito nessa troca que é a comunicação. Ela se baseia em entender sentimentos e valores para manter uma comunicação honesta, sem usar de artifícios de retórica, motivações ocultas e jogos de palavras.
Até semana passada, eu só sabia da existência e havia clicado em alguns textos (que não li) sobre o assunto. Em seguida, por uma mágica dos algoritmos, o Facebook me sugeriu uma aula sobre o assunto. E ainda era do Go, Writers. Fui, de mente aberta e coração blindado, como é necessário para participar desses encontros promovidos pela jornalista e escritora Cris Lisbôa. Agora estou em um caminho sem volta de um novo aprendizado.
Pare, pense, ouça
Estamos tão presos à necessidade de agilidade, de entregar para ontem, de que tudo é urgente, que não enxergamos quando estamos trabalhando no automático. Essa falta de sensibilidade atinge diretamente o jeito que nos comunicamos ou que fazemos comunicação. Você já parou para pensar nisso? Em como respondemos com agressões, palavrões, acusações? A ironia machuca, é agressiva e, em geral, não constrói uma comunicação positiva.
Precisamos refletir se não estamos fazendo aquilo que justamente julgamos agressivo. Vamos tratar e escolher as palavras com mais atenção. Afinal, nós, comunicadores, temos ainda mais compromisso em construir uma comunicação respeitosa.
Vamos atravessar as aparências
Essa é difícil. Não basta você se considerar uma pessoa sem preconceitos. É preciso entendermos o que não toleramos. Parar de julgar o mundo a partir do nosso ponto de vista. Fazemos isso diariamente, sem perceber. Simplesmente não gostamos e usamos falácias para argumentar ou para abraçar uma preferência. Essa desconstrução é um processo longo e diário. A Comunicação Não-Violenta mostra que é possível e traz técnicas para melhorarmos.
Ninguém cometeu um erro mais grave do que quem não fez nada só porque podia fazer pouco.
Do caderninho da aula
Um novo ponto de vista e feedbacks são presentes
Uma frase importante que aprendi no Dia.log, com a Patrícia Andrade, é que feedbacks são presentes. Você pode dar ao outro a chance de melhorar e colaborar no difícil exercício de autoconhecimento. Recebê-lo é igualmente valioso. O mesmo serve para um novo ponto de vista. A Cris ensinou como na Comunicação Não-Violenta é o caminho para revolucionar o mundo de agressões que vivemos. Dar um ponto de luz para outra pessoa e ajudá-la a enxergar o mundo de uma forma diferente é nosso dever. Quando nos fazemos indiferentes diante de algo que consideramos errado ou ignorante, o pior erro é não agir. A técnica da CNV ajuda a não entrar nem chamar as pessoas pra guerra — por mais escroto que pareçam os motivos do outro.
Seja paciente consigo, com os outros e siga aprendendo
Para praticar uma comunicação mais respeitosa, não precisamos dizer “gratidão” para tudo ou nos desprendermos da nossa personalidade. O próprio Marshall relata que em discussões muitas vezes acabou sendo agressivo e, na raiva do momento, não conseguiu seguir seus princípios. Por isso, essa é uma construção diária de reconhecer fatos, não julgar as pessoas, entender contextos e sentimentos e trazer suas ideias com mais empatia. Para continuar:
Curso Comunicação e escrita não-violenta | Go, Writers
Para qualquer tipo de pessoa, mas especialmente para quem trabalha com escrita. Os cursos são incríveis para quem precisa despertar a criatividade, quem quer ouvir umas verdade (dói, mas é bom), quer quebrar paradigmas, ganhar novas referências, conhecer pessoas com as mesmas dores. Para receber informações sobre uma próxima turma, vale seguir a página ou enviar um e-mail para producao@gowriters.com.br.
Workshop Introdução à Comunicação Não-Violenta por Marshall Rosenberg | No YouTube
Para entender melhor essa ferramenta, vale assistir a série de vídeos em que Marshall explica os princípios e porque precisamos repensar nossa comunicação. Também é possível encontrar vídeos de Dominic Barter, aprendiz e colega de Marshall. Frequentemente, ele promove palestras e cursos gratuitos em São Paulo.
Workshop Dia.log | trampos ACADEMY
A Patrícia Andrade ensina técnicas e oferece ferramentas para reconhecer as formas de comunicação. A partir desse curso, consegui compreender qual é o meu estilo de comunicação e a entender, rapidamente, qual é o estilo da outra pessoa para ter uma relação com mais fluidez e empatia. Entendi que se alguém não fez o que pedi, é porque – bem provavelmente – a culpa foi minha. Também conheci em detalhes como oferecer feedbacks objetivos e construtivos.
Além de um livro super didático de Marshall (“Comunicação não-violenta – técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”), existem inúmeros textos na internet que são um convite para repensar como estamos nos comunicando. Se você quer construir pontes, esse é um percurso necessário.
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A foto que ilustra o post é do Instagram e de autoria da própria Cris Lisbôa.
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