O Google não é um grande fã dos diplomas universitários, apesar da empresa estar inundada de candidatos com notas perfeitas.
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O Vice-Presidente de Relações Humanas, Laszlo Bock, apresentou algumas ideias ao New York Times sobre como ele classifica uma multidão de brilhantes candidatos. O resultado é que o Google valoriza as habilidades e experiências que os candidatos adquirem na faculdade, mas um diploma não quer dizer que são talentosos ou perseverantes.
Você não precisa de um diploma para ser talentoso
“Quando você olha para as pessoas que não foram para a escola e conseguiram seu lugar no mundo, sabe que esses são seres humanos excepcionais. E devemos fazer de tudo para encontrá-los”, disse Bock.
Muitas empresas “exigem” um diploma universitário; no Google, a palavra “universidade” não faz nem parte do guia oficial de contratação. Com o aumento de cursos universitários individuais e aprendizagem profissional, muitas pessoas dedicadas podem aprender, por conta própria, as habilidades necessárias para trabalhar na empresa.
Demonstre uma habilidade, não uma especialização
“Se você pegar alguém que tem alta habilidade cognitiva, é naturalmente curioso, deseja aprender e tem habilidades emergentes de liderança, e você o contratar para ser do RH ou do financeiro, e ele não conhecer o conteúdo, e você compará-lo com alguém que faz apenas uma única coisa e é um especialista mundial, o especialista vai dizer: “Eu já fiz isso mais de 100 vezes; é assim que se faz”, disse Bock.
Diplomas universitários são, quase por definição, certificados de especialidade. A licenciatura em Jornalismo é um crachá gigante cuja função é dizer ao mundo que você sabe, pelo menos um pouco, sobre a profissão de contar histórias e entrevistar pessoas.
Mas um diploma não diz o que o formando pode fazer. Ele pode apresentar uma ideia em frente ao público? Ele pode construir um site? Ele pode pensar, com interesse, sobre problemas ou só passou nas provas?
A lógica é aprendida e as estatísticas são de extrema importância
“Seres humanos são, por natureza, criativos, mas não são seres de pensamento lógico e estruturado. Essas habilidades você tem que aprender”, aponta Bock. “Eu estudei estatística na faculdade de administração e isso foi transformador para minha carreira. Treinamento analítico te dá um conjunto de habilidades que te diferenciam da maioria das pessoas no mercado de trabalho”.
O pensamento lógico vai além da programação. Por exemplo, em 2010, o Facebook fez um post afirmando que os candidatos políticos com mais fãs tinham maiores chances de vencer a disputa, implicando que conseguir mais fãs no Facebook iria melhorar suas chances. Em termos claros, este foi um argumento incrivelmente ruim.
Talvez, os candidatos mais populares só passaram a ter mais fãs. E os candidatos com menos fãs que venceram suas disputas? Nesses casos, por que o número de fãs não fez diferença?
Os funcionários do Facebook que fizeram as estatísticas entendiam o básico de lógica, mas não demonstraram um pensamento analítico. Peneirar dados requer formação nas mais recentes técnicas de compreensão da casualidade e criatividade para explorar padrões.
(E o Facebook se tornou muito melhor em suas afirmações políticas desde 2010).
Prove sua perseverança
“Parece que o que separa os estudantes capazes, dos realmente bem sucedidos, não é seu conhecimento, mas sua persistência em algo”, explica o presidente do Google, Eric Schmidt.
Para algumas pessoas, a faculdade é fácil. Eles conseguem jogar 10 partidas de beer pong até as 04h e, mesmo assim, gabaritam a prova de química orgânica no dia seguinte, enquanto seu colega de quarto está com os olhos vermelhos de tanto estudar e marcando pontos importantes do livro com várias cores diferentes.
Um diploma universitário não pode dizer ao Google se o candidato é naturalmente inteligente ou se é um trabalhador esforçado. Aparentemente, o Google prefere preparar alguém que seja perseverante em vez de alguém preguiçoso com notas altas.
Se for para a faculdade, concentre-se nas habilidades
“Minha opinião não é que não se deve ir para a faculdade. A maioria não pensa direito sobre o motivo de ir e o que esperam disso”, acredita Block.
Bock e Schmidt insistem que a maioria das pessoas deveria ir para a faculdade, mas que as competências e as experiências são mais importantes do que um carimbo de especialização. Bock diz que o Google olha quais tipos de projetos o candidato completou ou o que ele alcançou em um estágio.
Honestamente, não lembro quando foi a última vez que alguém me perguntou qual foi a especialização da minha faculdade. Se você quer um emprego no Google (ou alguma outra empresa de prestígio), não se concentre tanto em sua especialização e certifique de se formar com as competências e experiências que você precisa para realizar coisas incríveis no mundo.
Texto originalmente publicado no site VentureBeat por Gregory Ferenstein. Traduzido e adaptado pela equipe do Tutano.