Quando entrei na VML, meu atual trampo, estava há quase 1 ano sem colocar coisa nova na pasta. Somando isso com a empolgação de ver tanta gente entrando ao mesmo tempo, todos na mesma pegada de botar muito projeto na rua, eu tomei uma decisão drástica: tirar meu portifa do ar.
Isso foi um jeito que eu arrumei de me forçar a realizar um bom trampo. Prometi aos meus Diretores de Criação que, em um ano, faria projetos incríveis para colocar lá. No começo desse ano, coloquei novamente no ar (http://enzo.wtf) e percebi a importância de fazer isso com mais frequência. Pelo menos uma vez a cada ano.
Mesmo que você não queira mudar de trampo, é bom manter seus projetos do portifa em dia. Afinal, a gente nunca tem tempo pra ficar mexendo muito, e, se aparecer alguma oportunidade, você provavelmente não vai mostrar seu melhor.
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Além disso, tem sempre algum freela ou outro pintando, e é bom ter o que mostrar na hora de ir atrás daquele dinheirinho extra. Mas, o mais importante, é um jeito de mensurar sua própria evolução. E, se nesse período você concluir que quase não houve evolução… Bem, aí precisa fazer uma reflexão de carreira.
Construir um portfólio é uma questão de branding pessoal. Ali é hora de vender seu peixe, mas antes de sair falando sobre todas as coisas incríveis que fez, precisa contar um pouco da história, da vivência. Qual insight de cada projeto? Qual a grande ideia por trás disso? Quais foram os desafios, qual foi o briefing do cliente?
Também é preciso construir seu perfil, a famosa página “sobre”. Ali você tem que contar sua jornada profissional, ali você revê tudo que fez na vida e compara com o último ano. Esse exercício pode ser surpreendente.
Aqui eu deixo umas dicas para ajudar a tirar esse monstro da jaula no começo do ano:
1. Escolha bem a plataforma
Hoje em dia, tem uma diversidade de plataformas que você pode escolher para fazer seu portfólio. Algumas são mais complexas mas deixam o resultado mais fino. Outras são mais básicas e fáceis de mexer. Pense bem na hora de escolher, afinal, você não quer ter uma trabalheira e recomeçar do zero toda vez. Uma boa escolha de plataforma garante 2 ou 3 anos de tranquilidade.
2. Invista
Se não sabe fazer algo direito, invista. Arrume alguém pra fazer a identidade visual ou pelo menos um logo. Pague, faça uma permuta, dê um jeito. Se uma plataforma paga vai deixar a pasta muito mais incrível, tente pagar. Sua pasta é seu cartão de visita, tente apresentar do melhor jeito dentro das suas condições. Aqueles R$200 anuais podem valer uma mudança de emprego com um aumento salarial mensal bem maior que isso.
3. Coloque sua personalidade
Há alguns meses, vi uma pasta de uma pessoa que, só de ler, dava pra sacar qual é a dela. Mesmo com diversos projetos para clientes distintos, o jeito de contar cada um tinha uma unidade. Você conseguia entender o senso de humor só de ler, tamanha a personalidade da pasta. Resultado: indiquei pro meu DC, ele teve a mesma percepção, chamou a pessoa para um papo e acabou contratando.
4. Peça feedback
É comum, antes de publicar e mandar para o mundo, você pedir opinião de umas 2 ou 3 pessoas que confia. Claro, isso não quer dizer que vá seguir à risca tudo que falam. Mas é bom saber escutar, absorver, filtrar e melhorar seguindo o feedback dos outros. Uma vez no ar, alguns DCs ou profissionais mais sênior pode dar um toque. Nesse caso, a mesma dica se aplica: escute, filtre e tire o melhor das críticas.
5. Mostre seu talento para o mundo
Uma vez, um chefe meu me pegou mexendo na pasta. Depois de uma zoeira básica, ele mostrou que levou muito de boa o ocorrido e me disse uma frase bem legal: “tá certo, tem que mostrar esse talento pro mundo”. É isso. Não basta fazer as coisas mais incríveis se ninguém fica sabendo delas.
Mesmo que hoje você não esteja pensando em fazer uma movimentação, tem gente DC que cria um banco de pastas para seguir e, quando abre vaga, vai atrás dessas pessoas. Além do mais, sua pasta pode inspirar muitas outras pessoas. Tenho diversos amigos talentosos que sigo constantemente e mostro a pasta deles pra garotada que tá começando, e eles nem imaginam que faço isso.
Espero que essas dicas ajudem e que sua pasta esteja sempre em dia para as oportunidades que aparecerem.
Eu mesmo acabei de fazer esse exercício, e me fez um bem danado. Consegui entender qual foi minha curva de aprendizado nesses quase 2 anos de casa e também os aspectos que tenho que melhorar para minha pasta chegar perto do que acho ideal.
Precisamos buscar evolução constante, mas também ter consciência do nosso valor e o que podemos agregar no mercado. Olhar para seu próprio portfólio é olhar para si mesmo no aspecto profissional. E ter essa consciência do próprio trabalho ajuda você não só a abrir portas, mas como escolher a que faz mais sentido para seu momento.
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Esse texto é uma colaboração de Enzo Sunahara, Copywriter atualmente na VML. Caso você também queira colaborar com conteúdos, entre em contato pelo e-mail tutano@trampos.co.
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