Da insatisfação com o mercado de trabalho e do bom proveito dos trabalhos em grupo na faculdade, surgem novas ideias e empreendimentos. O Estúdio Colletivo nasceu da insatisfação de quatro colegas e da vontade em fazer design com autonomia. Vanessa Queiroz, uma das sócias, queria sair do comum desde a graduação na Universidade Anhembi Morumbi.
Atualmente, o escritório — que surgiu em 2003 com foco em ilustração — tem um braço digital para atender clientes como Nike, Itaú, Netflix, Warner, Adidas, Visa e Nespresso. Com o crescimento da empresa, Vanessa se desdobra para alinhar tudo. Também é sócia do IdeaFixa, da BattleLab e da Agência Moonstro.
Na casa cheia de gente criativa e de cachorros enérgicos, a designer tem o papel de avaliar a qualidade final dos projetos, além de manter a relação dos humanos da casa em harmonia. Confira o bate-papo sobre essa relação com o trabalho e os desafios:
1. Como sua carreira se desenvolveu até fundar o Estúdio Colletivo?
Sempre precisei trabalhar para pagar a faculdade e minhas coisas. Então, alguns empregos que tive não eram totalmente ligados ao design. Sempre na área de comunicação e marketing, mas não necessariamente em criação. Trabalhei no grupo Suzano de Papel e Celulose, trabalhei na My Web, startup de internet, no portal de Esportes Radicais da Hardcore chamado O’Planeta.com, e em algumas agências pequenas. Além disso, fazia muito freela de design. Em muitos deles duplando com os meninos que hoje são meus sócios.
2. Como é sua rotina hoje?
Três vezes por semana caminho no Parque Ibirapuera. Entro no estúdio às 10h, onde me divido entre o atendimento, estratégia e administração das quatro empresas das quais sou sócia: Colletivo, Moonstro, BattleLab e IdeaFixa. Meu trabalho é fazer as informações fluírem, organizar os processos, cuidar da qualidade e da direção de arte das entregas, das redes sociais das empresas, do conteúdo e de projetos especiais da IdeaFixa, etc. Acabo tendo um papel de amarrar as pontas que é muito importante quando um grupo entrega uma gama de serviços tão grande. Quando acaba o dia, de terça e quinta, volto ao parque para fazer funcional, e os demais dias estou livre à noite, quando o trabalho não extrapola o horário dito comercial.
3. E a sua relação com o trabalho?
A melhor possível já que faço o que amo. De verdade. Quando decidimos abrir o estúdio, há 13 anos, não imaginávamos que estaríamos onde estamos. Tudo faz parte, pelo menos para mim, de uma conquista e evolução diária.
4. O que é importante para ter um ambiente de trabalho produtivo?
Acredito muito na leveza das relações. Na transparência e em um ambiente horizontal nas decisões, porém com muito respeito. Isso faz a criatividade fluir.
5. Qual é a importância de palestrar, compartilhando seu conhecimento?
Nossa, é uma das coisas que mais amo fazer. Essa troca com estudantes, principalmente, é muito enriquecedor para nós. Quando estamos mostrando nosso modo de trabalhar com design e isso desperta — que seja a curiosidade em alguém — já é uma vitória.
6. Como é para você atuar também na gestão de pessoas?
Difícil. Faz parte da minha personalidade a boa relação com humanos. Mas o dia a dia é outra coisa, é como casamento, namoro, família. Você não aprende psicologia na faculdade, você não tem aula de RH. Tem que aprender na raça. Acho que as palavras chaves são paciência e observação. Paciência para lidar com as adversidades e observação para saber tratar o individuo e o grupo.
7. Algo que te inspira.
A vida.
8. Como você alimenta sua mente?
Lendo, vendo muitos filmes, séries e procurando aprender coisas novas.
9. Três atividades que você gosta de fazer.
Passear, beber e namorar.
10. Algum filme essencial para quem trabalha com criação?
São muitos. Apocalypse Now (de Francis Ford Coppola), que foi meu TCC, Blade Runner (de Ridley Scott), A Viagem de Chihiro (de Hayao Miyazaki), Labirinto (de Jim Henson).
11. O que você está lendo?
Nu, de Botas, do Antonio Prata. É sensacional! E li um que me faz pensar muito no momento do Brasil atualmente, o 1808, do Laurentino Gomes. Recomendo.
12. Uma dica para quem está começando.
Humildade para saber que nunca se para de aprender.
Gostou dessa história? Indique pra gente pessoas que você gostaria de ver por aqui pelo e-mail tutano@trampos.co. Confira outras entrevistas no link.
Confira a oportunidade disponível para trabalhar no Estúdio Colletivo