Dados, impactos e o que líderes precisam antecipar agora
O fim do ano costuma parecer um período de pausa. Mas, na prática, é quando as empresas definem a velocidade do primeiro trimestre. É também o momento em que muitos dos problemas de janeiro começam a se formar: vagas acumuladas, decisões que ficam para depois e processos que perdem ritmo.
No Brasil, esse comportamento é recorrente. A combinação de fechamento de orçamentos, recesso e priorização de demandas de curto prazo empurra o planejamento de contratações para o início do ano. O resultado aparece logo nas primeiras semanas: lentidão, retrabalho e dificuldade para competir por talentos.
Empresas que tratam novembro como etapa estratégica chegam a janeiro com vantagem real.
O que os dados mostram sobre o comportamento de início de ano
O mercado brasileiro segue padrões definidos. Registros do CAGED mostram aumento nas admissões em janeiro e fevereiro. Relatórios do LinkedIn apontam maior movimentação profissional logo após o recesso. O IBGE identifica salto nas ocupações formais no início do ano.
No digital, o movimento é ainda mais claro. Tecnologia, marketing, produto e análise de dados registram forte retomada nos primeiros dias úteis do ano. Projetos ganham ritmo, times ampliam demandas e o volume de vagas acompanha essa curva.
Os dados internos da trampos reforçam esse cenário. Em janeiro de 2025, houve aumento de 102% no volume de vagas publicadas em comparação com dezembro de 2024. Em uma análise mais ampla, o primeiro trimestre de 2025 registrou crescimento de 22% no volume de vagas em relação ao quarto trimestre de 2024.
Quando o mercado acelera, quem não se preparou sente primeiro.
As consequências de entrar no Q1 sem preparação
A falta de preparação não aparece apenas nos indicadores. Ela se revela no dia a dia das equipes.
Vagas ficam abertas mais tempo.
Quando o planejamento começa tarde, posições críticas entram em janeiro competindo com a alta demanda por profissionais no mercado. Isso alonga o time-to-hire e compromete entregas.
Custos que não aparecem no orçamento.
Cada vaga aberta por dias ou semanas gera impacto direto na operação. Projetos atrasam, equipes perdem fôlego e o ritmo interno não acompanha o planejamento macro da empresa.
Retrabalho cresce.
Triagens repetidas, entrevistas mal alinhadas e critérios pouco claros desgastam o time.
Perda de talentos qualificados.
Com a alta competitividade pela atração e atenção dos profissionais no inicio do ano, há maior perda de candidatos no meio e fim dos processos seletivos.Processos seletivos tardios reduzem a taxa de resposta e aumentam desistências.
Pressão sobre RH e liderança.
Equipes pequenas absorvem demandas acumuladas e urgentes. Esse cenário é comum e previsível.
O problema não é a falta de candidatos. É a falta de estrutura antes do ano virar.
Erros mais comuns das empresas no fim do ano
Alguns comportamentos se repetem independentemente do porte ou setor.
Adiar decisões para depois do orçamento.
Isso empurra gargalos para o período mais concorrido do ano.
Despriorizar vagas estratégicas.
Funções essenciais deveriam ser mapeadas antes do recesso, não depois.
Ignorar falhas do processo atual.
Sem revisão de etapas, critérios e tempos de resposta, o processo inicia o ano do mesmo jeito que terminou.
Falta de base de talentos.
Quando o funil recomeça do zero, o tempo de contratação aumenta.
Começar o ano no improviso.
A pressa amplia o risco de erros e contratações desalinhadas.
Esses pontos parecem pequenos, mas acumulam impacto ao longo do trimestre.
Tendências que devem marcar o recrutamento 2026
Alguns movimentos já são evidentes para o próximo ciclo.
Demanda crescente por perfis digitais e de dados.
Marketing digital, produto, tecnologia e análise seguem como áreas de maior busca.
Processos seletivos mais curtos e objetivos.
A eficiência deixa de ser diferencial e passa a ser requisito.
Equilíbrio entre automação e curadoria humana.
Ferramentas e IAs aceleram consideravelmente o dia a dia do RH, mas decisões exigem contexto, e análise. Há demanda evidente pelo toque humano nas interações entre empresas e pessoas candidatas.
Base de talentos como ativo estratégico.
Velocidade depende menos de abrir vaga e mais de manter pipeline qualificado.
Diversidade como prioridade.
Critérios de inclusão influenciam retenção, clima e inovação.
Essas tendências reforçam a importância de tratar o fim do ano como etapa estratégica do recrutamento 2026.
Checklist para preparar o primeiro trimestre
Um checklist simples ajuda a transformar planejamento em execução:
• Mapeie vagas críticas antes do recesso
• Revise descrições e critérios de avaliação
• Organize o funil de candidatos e bases internas
• Defina tempos de resposta e responsabilidades
• Identifique gargalos do processo atual
• Estruture filtros básicos de triagem
• Ajuste o alinhamento entre RH e liderança
– Revise a comunicação com candidatos: desde Página de Carreiras, descrição atrativa de empresa e modelos de mensagens dos processos seletivos
– Tenha clareza da taxa de turnover da empresa, e se possível, por área.
• Estabeleça o plano de headcount para o trimestre. Inclua posições prováveis de abrir, mesmo não estando mapeadas pelos gestores.
- Publique vagas recorrentes para compor Banco de Talentos da empresa, sempre. Mapeie as melhores pessoas e mantenha-as engajadas com a empresa.
Essa preparação reduz retrabalho e melhora a capacidade de resposta no início do ano.
Como a trampos enxerga esse movimento
A trampos acompanha esse comportamento há mais de doze anos. Empresas que se preparam antes da virada do ano costumam contratar mais rápido, com mais precisão e com menos desgaste interno. O início de 2026 será competitivo. Times bem estruturados chegam com vantagem.
A BlackTalent chega nas próximas semanas como a iniciativa anual da trampos para a Black Friday. É o momento em que oferecemos condições especiais para que empresas reorganizem seus processos, revisem prioridades e preparem o recrutamento para o início de 2026. Essa oportunidade só acontece uma vez ao ano, exatamente quando ainda dá tempo de corrigir caminhos antes do mercado acelerar de novo.
Recrutamento para 2026 não começa quando o calendário vira. Ele começa quando o planejamento de fim de ano é levado a sério. As empresas que tratam novembro como etapa estratégica reduzem gargalos, ganham previsibilidade e iniciam o ciclo com mais controle.
Essa preparação não é um diferencial. É vantagem competitiva.







