Rasgação de seda. Puxação de saco. Deixe tudo isso de lado. É muito importante compreender que o tema aqui contempla real admiração. E não estou falando de “MELDELS, meu ídolo é o Olivetto, logo só posso trabalhar com ele”. Não.
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Tudo bem se você quiser trabalhar com um super ídolo que já virou celebridade. Mas o que estou falando, de verdade, é para procurar pessoas, em qualquer nível hierárquico, com valores que você admira. Que agregam. Com características e assuntos interessantes. Pessoas realmente inspiradoras em vários âmbitos.
Porque passamos muito tempo confinados em uma agência/empresa e é de extrema importância conviver com quem nos traz referências, conhecimento e pode ser modelo de postura e resolução de problemas. Muitas vezes, estar em uma equipe com essas pessoas vale mais que a hype da agência e o nome dos clientes.
Desde o primeiro emprego, tive referências fantásticas. Muitas delas nem foram da minha equipe ou do departamento de criação. Que ótimo! Escutando elas, pude entender mais sobre todas as pontas de cada processo, adquiri a característica de dialogar com todos os departamentos, isso sem contar o óbvio: tenho uma lista de livros pra ler e filmes para assistir que precisaria de umas 10 vidas para terminar. Uma lista que não para de crescer.
Por falar em lista, também enumerei as coisas incríveis que acontecem quando a gente trabalha com quem admiramos.
1. Aprendizado
Pelo período diário que ficamos dentro da agência, poucos têm tempo de estudar, quanto mais fazer uma pós. Não cabe aqui comparar a educação formal com as coisas que aprendemos diariamente, mas o fato é que precisamos estar em constante busca por conhecimento. E, com gente boa por perto, todos os dias construímos uma base maior de conhecimento.
O ambiente criativo tem que ser composto por diversidade, por pessoas com interesses e habilidades diferentes. Até a biografia de outras pessoas pode ser agregadora: aprender com os erros alheios é menos doloroso do que aprender com os nossos. E a trajetória de um pode inspirar e dar segurança para a de outro.
2. Inspiração
A gente acaba se nivelando pelo nível de ambiente que estamos. Às vezes, temos uma proposta que parece menos atrativa em questão de “nome” ou até financeiramente. Mas, analisando o nível da equipe e do trabalho desenvolvido, percebemos que o ambiente pode nos puxar para cima. Quando olhamos para a tela do lado e vemos algo incrível sendo desenvolvido, a gente se inspira e se cobra para sempre buscar melhor. E isso não está necessariamente relacionado ao nível hierárquico: atualmente, eu me sinto cercado por uma molecada muito talentosa. Muitas vezes, é o gás deles que me ajuda a continuar me aprimorando.
3. Confiança
Por falar em conviver com pessoas mais novas e talentosas, o contrário também acontece. Já trabalhei com equipes incríveis, pessoas renomadas com entrega de alto nível. Quando um jedi desse vê qualidades no que você faz ou elogia seu portfólio, dá aquela segurança para repassar a pasta. Acredite, tem horas que isso salva carreiras.
4. Novos horizontes
Gente que é interessante sempre tem referências interessantes. Já convivi com muitas pessoas que traziam coisas novas de explodir a cabeça. Quando você vê um trabalho lindo e depois tem acesso ao background usado para construir tudo aquilo, é fantástico. Algumas vezes, um mero brainstorm se torna uma aula de cultura geral.
5. O que mais importa são as pessoas
Sério. Muitas vezes o que diferencia uma agência estar legal ou não estar é a equipe. Em agências muito grandes, por exemplo, não é raro pessoas com mindset bem parecido terem opinião distinta sobre o mesmo lugar. Tudo vai da loteria de cair na equipe com a qual você mais se identifica. E, na moral, se tudo der errado, essas pessoas talentosas mudam de emprego com uma facilidade incrível, além de muitas delas estarem sempre desenvolvendo projetos paralelos interessantíssimos. Ou seja: elas podem puxar você para esses projetos ou para um emprego novo.
Por tudo que enumerei, há um tempo, eu não ligo tanto para o “nome” nem para a carteira de clientes da agência. É claro que isso conta, mas minha prioridade é trabalhar com gente boa e talentosa. Porque, como já disse anteriormente, elas aumentam nossa base de conhecimento. E isso a gente consegue capitalizar.
Além de tudo, quando sempre tem coisas legais acontecendo ao nosso redor, quando o trabalho da tela da pessoa ao lado inspira, fica muito mais fácil amar as segundas-feiras. Além de fazer bem para carreira, faz bem para vida.
Dê o primeiro passo para o sucesso!
Esse texto é uma colaboração de Enzo Sunahara, Copywriter atualmente na VML. Caso você também queira colaborar com conteúdos, entre em contato pelo e-mail tutano@trampos.co.
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