Todo o conhecimento que conquistei em uma experiência internacional, ao ser aplicado, me ajudou a ser um criativo melhor, o que consequentemente me abriu portas que, anteriormente, eu não esperava mais que se abrissem. Tive oportunidade de ser contratado por uma das agências que sonhava há tempos em trabalhar, e foi aí que minha carreira sofreu um reboot: em um ano refiz minha pasta e me reposicionei no mercado.
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E sabe o que aconteceu depois desse ano? Eu rodei a pasta. Sim, saí de um lugar que amava trabalhar depois de apenas um ano. Tudo porque tinha aprendido a primeira dura lição que quero compartilhar com vocês.
1. Só amor não basta
Acontece em muitas agências de publicidade: o trabalho é animal. Já o salário, nem tanto. No meu caso, foi uma escolha consciente. Decidi passar um aperto porque sabia que valeria a pena. O trabalho fez sentido e, em todos os dias que trabalhei ali, acordei motivado. Infelizmente, chegou um ponto em que a pindaíba venceu o amor e eu tive que rodar a pasta.
A parte boa da história é que o “investimento” que fiz deu frutos e consegui algumas ótimas propostas e, desde então, não tive muitas dificuldades em arrumar empregos. Sim, empregos. Tive uma fase obscura de ficar bem pouco tempo em alguns lugares. E imagina só o contraste: teve agência em que trabalhei por quase 5 anos e outras em que durei pouco mais de 5 meses. Algumas pessoas achavam que eu estava surtando, mas na verdade estava aprendendo mais uma dura lição.
2. É preciso identificar o momento
Uma agência de publicidade é um dos ambientes de trabalho que mais oscila. E, durante a vida, nossas necessidades, ambições e disponibilidade também variam. Olhando para trás, a grande resposta para explicar o motivo de eu ter ficado muito pouco em algumas agências é simples: eu não consegui identificar que o momento do lugar não é compatível com a minha disponibilidade nem com as minhas necessidades da época.
Os fatores externos afetam muito mais quando você não está estruturado internamente. É muito além de “dar conta” do desafio, mas sim se você está a fim de pagar o preço que o novo desafio está cobrando.
Atualmente, encontro-me em um momento de equilíbrio. Almoçando com um amigo que trabalhou comigo em uma dessas épocas difíceis, ele estranhou minha mudança de postura. O bom é que sem passar por tudo que passei, ela não seria possível. Eu tive muito tempo para refletir quando, impulsivamente, saí de um emprego sem ter outro garantido. Vi que a frustração estava me consumindo. Não só em termos de tirar meu tesão, mas também de abalar minha inteligência emocional. Felizmente, aprendi uma coisa que tem funcionado muito para mim, a terceira e última lição que quero compartilhar neste texto.
3. Além do aprendizado, nada é garantido
Quando você entra em um lugar, eles podem prometer que você vai colocar projetos incríveis na rua. Ou que não vai virar noites nem trabalhar fins de semana. Ou ainda que em alguns meses será promovido e receberá um aumento. Talvez já tenham prometido tudo isso junto. Mas a verdade é que nada disso é garantido, nada mesmo.
A única garantia é que você vai viver uma experiência.
E toda experiência é capaz de trazer algum aprendizado. Essa é uma das coisas que precisamos saber identificar bem nessa busca pela felicidade: qual aprendizado teremos. Porque a perda de um cliente pode tirar seu aumento ou até seu emprego. Uma mudança de equipe pode tirar sua chance de colocar jobs legais na rua. Concorrências que surgem do nada podem tirar suas noites de sono e seus fins de semana.
Mas o conhecimento é algo que, cedo ou tarde, você capitaliza, seja para conseguir um cargo ou salário melhor, seja para conseguir negociar condições de trabalho mais interessantes. Mirando nisso, as frustrações são menores. E aí os caminhos mais tortuosos conseguem ficar um pouco mais suaves de se percorrer.
Hoje posso dizer que vivo um momento de satisfação profissional. Essas três lições têm me ajudado a atingir meus objetivos e minimizar as frustrações. A vida profissional demanda uma necessidade constante de avaliar nossos próximos desafios, onde eles podem nos levar e qual preço temos que pagar para tal.
Em uma profissão baseada trabalho em equipe e interação social, estar bem consigo mesmo é crucial. No final, a felicidade depende sim do ambiente, mas o processo para alcançá-la começa de dentro para fora.
Caso você também queira colaborar com conteúdos, entre em contato pelo e-mail tutano@trampos.co.
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